Pesquisar este blog

terça-feira, 7 de setembro de 2010

TEXTO - REFLEXÃO


Acredito que o ato de avaliar transcende às dimensões pedagógicas quando visto pela lógica da educação como uma prática social. Assim sendo, leia o texto de reflexão como análise das situações de vida que devem DAR VIDA à escola que temos e da qual fazemos parte.


Anjos Aprendizes

Numa escola de anjos os aprendizes passavam por um estágio e saiam em duplas para fazer o bem e no final de cada dia, apresentavam um relatório ao anjo mestre.
Dois anjos estagiários, depois de vagarem exaustivamente, regressaram frustrados por não terem feito nenhum bem. Parece que naquele dia, o mal estava de folga. Enquanto voltavam tristes, os dois depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha, e , um dos anjos disse:
- Tive uma idéia... que tal darmos 15 minutos de poder a estes lavradores para ver o que eles fariam?
- Você ficou maluco? O anjo mestre não vai gostar nada disto! respondeu o outro anjo.

- Que nada, acho que ele vai até gostar. Vamos fazer isto e depois contaremos para ele.
E assim o fizeram. Puseram suas mãos na cabeça dos dois e colocaram-se à observá-los. Poucos passos adiante os lavradores se separaram, seguindo cada um o seu caminho.
Um deles, após alguns passos, viu um bando de pássaros voando em direção a sua lavoura, e passando a mão na testa suada disse:
- Por favor meus passarinhos, não comam toda a minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o sustento do meu lar.
Naquele momento, ele viu espantado a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em questão de segundos. Assustado, ele esfregou os olhos e pensou: "devo estar cansado e acelerou o passo".
Logo adiante ele caiu ao tropeçar em seu porco que havia fugido do chiqueiro. Mais uma vez, esfregando a testa ele disse:
- Você fugiu de novo meu porquinho ! Mas, a culpa é minha, eu ainda vou
construir um chiqueiro decente para você.
Mais uma vez espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo, acolhedor e com água corrente e o seu porquinho instalado no novo compartimento. Esfregou novamente os olhos, apressou o passo e pensou: "estou mesmo muito cansado".
Chegando em casa, ao abrir a porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua cabeça. Ele então tirou o chapéu, e esfregando a cabeça disse:
- De novo, e o pior é que eu não aprendo mesmo. Uso a falta de tempo como desculpa e não conserto esta tranca. Mas, hei de ter dinheiro para construir uma grande casa e dar um pouco mais de conforto a minha família.
Naquele instante aconteceu o milagre. Aquela humilde casa, foi se transformando em uma verdadeira mansão, diante dos seus olhos assustados. Convicto de que era tudo imaginação decorrente do cansaço, ele se jogou em uma enorme poltrona que estava em sua frente e dormiu profundamente.
Foi acordado aos berros pelo outro lavrador, pedindo socorro. Ainda atordoado, sem entender muito o que estava acontecendo, ele chegou na porta e encontrou o amigo em prantos. Ele se lembrava que minutos antes eles se despediram e ele estava bem. Perguntando o que se passava, ele ouviu a seguinte história:
-Nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa, poucos passos adiante, eu vi um bando de pássaros voando em direção a minha lavoura, este fato me deixou revoltado e eu gritei:
- Vocês de novo, atacando a minha lavoura, tomara que seque tudo para vocês morrerem de fome! Naquele exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem bem na minha frente. Pensei, devo estar cansado, e apressei o passo.

Mais adiante, tropecei no meu porco que tinha fugido. Fiquei bravo e gritei:
- Você fugiu de novo? Por que não morre logo e para de me dar trabalho? Compadre, não é que o porco morreu ali mesmo, na minha frente.
Acreditando estar vendo coisas, andei mais depressa, e ao entrar em minha casa, me caiu na cabeça a tranca da porta. Naquele instante eu já estava com muita raiva, gritei novamente:
- Esta casa velha, caindo os pedaços, por que não cai de uma vez? Para surpresa minha ela caiu e eu não pude fazer nada... Mas, compadre, o que aconteceu com a sua casa? De onde vem esta mansão?
Depois de tudo observarem, os dois anjos foram correndo contar ao mestre e, ficaram muito apreensivos quanto ao tipo de reação que o anjo mestre teria. Mas, tiveram uma grande surpresa.
O anjo mestre ouviu tudo com muita atenção, parabenizou os dois pela idéia brilhante que haviam tido, e resolveu decretar que a partir daquele momento, TODO SER HUMANO TERIA 15 MINUTOS DE PODER AO LONGO DA VIDA. Só que, ninguém jamais saberia quando estes 15 minutos de poder aconteceriam.

Será que os quinze minutos próximos serão os seus? Ou será que você já os utilizou (e de que forma?) Por isso vamos ter muito cuidado com o falamos, como agimos e com aquilo que pensamos! A nossa mente trabalha para que tudo aconteça, seja bom ou ruim.

segunda-feira, 8 de março de 2010

OPINIÃO - AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

COMO PODEMOS INCORPORAR A AVALIAÇÃO E TORNÁ-LA UM INSTRUMENTO ÚTIL PARA A MELHORIA DO PROCESSO EDUCACIONAL?

* A avaliação deve ser entendida como um instrumento normal do processo educacional e deve ser incorporada na escola de forma natural e ampla. O gestor deve dominar todos os processos avaliativos, promover a análise dos resultados para compreender melhor em quais aspectos a escola está indo bem e quais ainda têm que melhorar.
Aida Barreira Duarte Branco – Coordenadora Pedagógica – Escola Gercino Coelho

*Avaliação deve ser vivida como um processo de interação entre todos que compõe a escola possibilitando reflexões não só dos professores, bem como dos gestores ao traçarem metas a serem alcançadas. Todos devem refletir e propor mudanças no que ainda falta avançar. O sucesso ou fracasso depende de todos.
Profª Ana Lúcia G. Amorim – Escola Gercino Coelho

*A avaliação só tem sentido se for vista pela escola como aliada do crescimento de cada estudante, sendo assim o processo avaliativo é um importante instrumento de possibilidade de ação pedagógica, quando associado à idéia de ensino aprendizagem, ao garantir informações permanentes ao professor do que avançou, ou do que regrediu, trazendo reflexões para validar e ou revalidar o trabalho pedagógico.
Audenice Cavalcanti – Coordenadora Pedagógica – Escola Gercino Coelho

*Se considerarmos a importância da avaliação como um processo de reflexão de nossas práticas pedagógicas, certamente será um instrumento útil e fundamental para a melhoria do processo educacional. Pois a partir dela teremos um retrato real da aprendizagem do estudante, que fornecerá dados relevantes para uma intervenção necessária no processo ensino-aprendizagem.
Profª Clécia Nunes – Escola Jornalista João Ferreira Gomes

*Encarando a avaliação como um instrumento normal do processo educacional e apropiando-se de todas as formas de avaliação: seja a diagnóstica, a formativa, a somativa e a de larga escala. Encarando ainda, a avaliação como uma aliada tanto da evolução do aluno, como da consecução de metas de eficácia e qualidade fixadas pela escola e sistemas educacionais.
Lúcia de Fátima – Gestora Adjunta da Escola Gercino Coelho

*A avaliação precisa ser vista como aliada que pode contribuir na melhoria da qualidade do ensino, em que o docente deverá tê-la como instrumento da prática pedagógica, pois a mesma garante informações importantes para reflexão dependendo do resultado sendo possíveis replanejar as ações com intervenções necessárias no processo ensino aprendizagem.
Odete Cavalcanti – Gestora – Escola Gercino Coelho

domingo, 7 de março de 2010

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM



A forma como avaliamos determina e reflete a forma como educamos!
A avaliação pode estar ou não a serviço da aprendizagem!


O que avaliamos? O que é avaliar?





Por que avaliamos? Como Avaliamos ?






O que é avaliar?

Avaliar é dar valor, apreço ou merecimento. Logo, a ação de avaliar se constitui, inicialmente, de uma aferição de acordo com alguma escala de valores pré fixada. Generalizando, pode-se dizer que avaliar é comparar uma "realidade" com um "modelo ideal". Este "modelo ideal" expressa, através do delineamento de metas e objetivos, um padrão de qualidade a ser atingido.



Real X Ideal (Quem determina o que é ideal? Esse ideal está a serviço de quem? Ideal pra que?)

Informações - Juízos - Decisões

Avaliação é MOVIMENTO AÇÃO - REFLEXÃO - AÇÃO

O que é avaliar bem? O que é um bom instrumento de avaliação?
É aquele que faz um bom diagnóstico da realidade, que informa bem. É discriminador, é consistente, não é arbitrário.


Por que avaliamos?

O que faço com o resultado da avaliação dos meus alunos?
· Constato o sucesso o fracasso dos meus alunos - profiro a SENTENÇA - decido pela sua aprovação ou não. (Verifico, classifico, certifico, provo...)
· O resultado da avaliação é um instrumento de reflexão sobre minha prática pedagógica (conheço, adapto, regulo, situo, compreendo, tranquilizo, apoio, reforço, corrijo, facilito, dialogo, desafio, provoco, harmonizo, oriento, exploro, identifico...)
· Instrumento de comunicação e informação para o aluno e para a intituição (informo). Qual a qualidade desta informação? Eu informo o que?
Avaliação como mediação?
Avaliação como instrumento de investigação e de planejamento?

O que e como avaliamos?

1. Quando avalio? O momento da avaliação é distinto do momento da aprendizagem?
Avalio antes? Avalio durante? Avalio depois?
Quando faço a recuperação? De nota ou de conteúdo?
Um só momento - cuidado

2. O que eu faço com o resultado do processo de avaliação que realizo?



2.1. O que eu faço com o erro? Como eu trato o erro?
Certo X errado X meio certo
Corrijo? Interpreto? Investigo sua causa? Entendo? Acompanho? Compreendo o pensamento do aluno?
2.2. Qual é o seu papel na avaliação que faço? Que tipo de erro eu permito/provoco o acontecimento?
2.3. Peço pra refazer? Que subsídios forneço para este refazer?
2.4. Como explico o erro que o aluno cometeu?



3. Privilegio o FAZER em detrimento do COMPREENDER?
"Fazer é compreender em ação uma dada situação em grau suficiente para atingir os fins propostos, e compreender é conseguir dominar, em pensamento, as mesmas situações até poder rever os problemas por ela levantados em relação ao porquê e ao como das ligações constatadas e, por outro lado, utilizadas na ação" (Piaget apud Hofmann, p.72)
"O bom desempenho em uma tarefa é uma coisa e o desenvolvimento de estruturas mentais é outra coisa completamente diferente". (Kamii apud Rabelo, 13)

3.1. O aluno precisa tomar consciência sobre como faz e porquê faz. Meus instrumentos de avaliação proporcionam esta tomada de consciência?
Toda e qualquer atividade feita pelo aluno deveria ter por intencionalidade básica a investigação (Hoffmann, p.57) "
Em que medida a tarefa proposta possibilita ao aluno a organização de idéias de forma própria , individual? É possível construir várias alternativas de solução? Há relação com outras áreas de conhecimento" (Hoffmann, p.57)
Promovo a construção de sínteses e análises autônomas?


4. Como expresso o resultado da avaliação? Como componho a nota/conceito?

Medir é avaliar? Avaliar é medir? O que é possível medir?
Objetividade X Subjetividade
Tipos de Grandezas: Fundamentais (área, comprimento); Intensivas (dureza, PH);
Derivadas (densidade)
Níveis de mensuração: qualitativo, ordinal, quantitativo.

4.1. Conceito ou Nota?
"
A medida deve resguardar o significado de um indicador de acertos e erros... Esse indicador passa a fazer sentido a partir da interpretação pelo professor do que ele verdadeiramente representa quanto à produção de conhecimento pelo aluno. A quantificação não é nem indispensável nem essencial à avaliação. É uma ferramenta de trabalho util, se assim for entendida." (Hoffmann, p.54)
"Precisamos transformar o discurso avaliativo em mensagem que faça sentido, tanto para quem emite quanto para aquele que a recebe. O maior interesse de um processo de avaliação deveria recair no fato de se tornar verdadeiramente informador. A avaliação dever tronar-se o meomtneo e o meio de uma comunicação social clar e efetiva. "Deve fornecer ao aluno informações que ele possa compreender e que lhe sejam úteis. Se a nota fornece uma informação compreensível e útil por que privá-lo dessa mesma informação" (Rabelo, p.80)

Para que uma nota seja informativa os alunos precisam conhecer a interpretação dada à ela pelo professor. Os alunos precisam conhecer os critérios pelos quais foram avaliados (Melhor ainda se além de conhecer eles participassem da sua construção)

4.2. Média? Cuidado com elas!
Os resultados dos testes deveriam ser constantemente relativizados

4.3. Quais e quantos são os instrumentos de avaliação que uso?
- Testes e provas (Com ou sem consultas? Ao material? Aos colegas? Ao professor? E como é tratada a cola?)
- Projetos aplicados
- Tarefas de casa (pesquisas bibliográficas, entrevistas, listas de exercícios...)
- Diários de bordo
- Mapas conceituais
- Portfólios

4.4. A questão da arbitrariedade
- diferentes professores tendem a atribuir diferentes notas ao mesmo trabalho;
- o mesmo professor tende a atribuir diferentes notas ao mesmo trabalho em diferentes ocasiões;
- quanto maior a liberdade de expressão de uma atividade maiores são essas diferenças.

Cuidado com comparação e impressionismo?
"As medidas referenciadas a critérios podem desempenhar um papel significativo no acompanhamento do processo de construção do conhecimento. Referem-se à necessária especificação, descrição, interpretação dos erros evidenciados num teste de aproveitamento. Essa interpretação, o que é importante, não é feita comparativamente. Ou seja, com base na posição relativa dos elementos do grupo, como é a orientação das medidas tradicionais ( referenciadas a normas), mas, sim, com referência ao status do aluno em relação a determinados pontos referenciais (critérios) estabelecidos como indicadores de aprendizagem." (Hoffmann, p.24)

4.5. Como considero as atitudes ou a postura? Atitudes e posturas com relação a que? ( Colegas? Professores? Conhecimento? Tarefas?)
(o bom comportamento pode substituir a compreensão?)

4.6. Avalio atividades feitas em grupo? Como avalio a participação individual nestes casos?

5. Quem avalia? (o professor, avaliador externo ao processo, os alunos a si mesmos e aos outros)

6. Como coleto e registro informações sobre os alunos? Durante as aulas, de forma global? Sobre a turma? sobre grupos de alunos? Diário da turma?



Bibliografia

DEMO, Pedro Avaliação Qualitativa.
HOFFMANN, Jussara Avaliação: mito e desafio. Uma perspectiva construtivista. Eduacação e Realidade Revistas e Livros. Porto Alegre, 1991.
MACHADO, Nilson José Epistemologia e didática. Cortez editora. São Paulo, 1995
RABELO, Edmar Henrique Avaliação - novos tempos novas prática. Editora Vozes. Petropólis, 1998.
SAUL, Ana Maria - Avaliação Emancipatória. Editora Autores Associados. São Paulo, 1991.

Avaliação: Prêmio ou Punição?

Reflita, professor!